Publicado em 13/03/2025
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A compra e venda de imóveis é uma das transações mais importantes na vida de muitas pessoas, envolvendo valores significativos e uma série de procedimentos legais e financeiros. No entanto, quando o pagamento é realizado em espécie, com dinheiro vivo, essa operação pode se tornar ainda mais complexa e arriscada. Renato Luiz, contador, ex auditor e atual gestor de negócios imobiliários na imobiliária ACASA NOVA, localizada no Rio de Janeiro, alerta para os perigos e desafios associados a esse tipo de transação.
O Uso de Dinheiro Vivo no Mercado Imobiliário
O pagamento em dinheiro vivo para a compra de imóveis, embora possa parecer uma opção ágil e direta, traz consigo uma série de implicações legais, fiscais e de segurança. No Brasil, transações imobiliárias envolvendo grandes quantias em dinheiro são vistas com desconfiança pelas autoridades, principalmente devido ao risco de lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.
Renato Luiz destaca que, embora não seja ilegal realizar pagamentos em dinheiro, é fundamental que todas as etapas da transação sejam documentadas e registradas de forma adequada. "O dinheiro vivo pode ser uma opção, mas exige cuidado redobrado com a documentação e a comprovação da origem dos recursos", explica.
Riscos Associados ao Pagamento em Dinheiro
Lavagem de Dinheiro e Fiscalização
As transações em dinheiro vivo são frequentemente associadas a práticas de lavagem de dinheiro, o que pode atrair a atenção de órgãos fiscalizadores, como a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Renato Luiz alerta que, caso a origem do dinheiro não seja comprovada, tanto o comprador quanto o vendedor podem enfrentar problemas legais.
Falta de Segurança
Transportar e manusear grandes quantias em dinheiro representa um risco significativo para ambas as partes envolvidas na transação. Roubos e fraudes são preocupações reais, especialmente em cidades grandes como o Rio de Janeiro.
Dificuldades na Documentação
Para que a transação seja válida, é necessário que o pagamento seja devidamente registrado em contrato e que o comprovante de recebimento seja emitido. Renato Luiz ressalta que, no caso de pagamentos em dinheiro, é essencial que o vendedor emita um recibo detalhado, com assinaturas reconhecidas em cartório, para evitar futuras disputas.
Implicações Fiscais
O pagamento em dinheiro pode complicar a declaração de renda tanto do comprador quanto do vendedor. O vendedor, por exemplo, precisa declarar o valor recebido como ganho de capital, enquanto o comprador deve comprovar a origem dos recursos.
Recomendações
Para minimizar os riscos associados à compra e venda de imóveis com dinheiro vivo, Renato Luiz oferece as seguintes recomendações:
Documentação Completa
Certifique-se de que todos os detalhes da transação estejam devidamente registrados em contrato, incluindo o valor total, a forma de pagamento e os dados das partes envolvidas.
Comprovação da Origem do Dinheiro
O comprador deve estar preparado para apresentar documentos que comprovem a origem dos recursos, como extratos bancários, declarações de imposto de renda ou recibos de vendas anteriores.
Utilização de um Intermediário Confiável
Contar com a assessoria de uma imobiliária ou de um profissional especializado pode ajudar a garantir que todas as etapas da transação sejam realizadas de forma segura e dentro da lei.
Evitar Transações em Espécie
Sempre que possível, opte por formas de pagamento mais seguras e rastreáveis, como transferências bancárias ou cheques administrativos.
A compra e venda de imóveis com dinheiro vivo é uma prática que, embora possível, exige atenção redobrada às questões legais, fiscais e de segurança. Renato Luiz reforça a importância de se buscar orientação profissional para garantir que a transação seja realizada de forma transparente e dentro da lei. "O imóvel é um dos bens mais valiosos que uma pessoa pode adquirir. Por isso, é fundamental que todas as etapas da compra e venda sejam feitas com responsabilidade e cuidado", finaliza.
Em um mercado imobiliário cada vez mais regulamentado, a transparência e a segurança devem ser prioridades para todos os envolvidos.
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