Como Evitar Golpes Ao Comprar Imóveis: Dicas e Precauções:

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Como Evitar Golpes Ao Comprar Imóveis: Dicas e Precauções:

Saiba como proteger seu investimento e evitar fraudes imobiliárias.

 

Introdução

 

Comprar um imóvel é uma das decisões financeiras mais significativas e desafiadoras que uma pessoa pode tomar ao longo da vida. No entanto, além dos inúmeros detalhes burocráticos envolvidos, há também a preocupação crescente com fraudes e golpes, que podem acarretar prejuízos irreparáveis. Neste artigo, vamos abordar as principais medidas preventivas e precauções legais que você deve adotar para evitar ser vítima de golpes na compra de imóveis. A compreensão desses cuidados é essencial para garantir que a negociação seja segura e que seu investimento esteja protegido.

 

Pesquisa e Verificação Antecipada do Imóvel

 

Antes de qualquer negociação, a primeira e mais importante etapa é realizar uma pesquisa detalhada sobre o imóvel. Isso inclui verificar o histórico do bem, sua regularidade junto aos órgãos competentes e a situação jurídica. Por exemplo, ao considerar a compra de um apartamento em um condomínio, é crucial solicitar a certidão de ônus reais do imóvel, que atesta se ele está livre de quaisquer pendências judiciais ou financeiras. Da mesma forma, a consulta ao cartório de registro de imóveis é fundamental para verificar se o imóvel tem alguma hipoteca, penhora ou disputa judicial.

Outro ponto importante é a verificação do zoneamento da área onde o imóvel está localizado. Muitas vezes, terrenos são vendidos sem que o comprador saiba que não poderão ser utilizados para o propósito desejado, como construir ou reformar. Um exemplo clássico é a compra de terrenos rurais que estão classificados como áreas de proteção ambiental, o que inviabiliza qualquer construção. Além disso, é essencial consultar o IPTU para verificar se há débitos com a prefeitura, o que pode causar transtornos no momento da transferência de propriedade.

É comum também que, em alguns casos, imóveis de herança sejam vendidos sem a devida formalização do inventário. A compra de um imóvel nessa condição pode gerar problemas legais no futuro, como ações de reintegração de posse ou disputa entre herdeiros. Portanto, certificar-se de que toda a documentação está correta e que não há litígios em andamento é um dos primeiros passos para evitar dores de cabeça.

Adicionalmente, outra verificação necessária é a situação da planta do imóvel junto à prefeitura. Em várias situações, imóveis são vendidos com alterações não regularizadas, o que pode resultar em multas e embargos. Por exemplo, uma casa que teve áreas construídas sem o devido alvará pode ser objeto de demolição parcial caso a irregularidade seja descoberta posteriormente. Logo, a contratação de um engenheiro ou arquiteto para conferir as condições físicas e documentais do imóvel é altamente recomendada.

Por fim, é importante investigar o histórico de valor do imóvel na região. Isso pode evitar a compra por um preço acima do mercado, além de revelar possíveis oscilações decorrentes de especulação imobiliária ou mudanças na infraestrutura local. Muitos compradores, ao não fazer essa pesquisa prévia, acabam pagando valores inflacionados por imóveis que, a curto prazo, desvalorizam drasticamente, resultando em prejuízo financeiro.

 

Análise da Idoneidade do Vendedor

 

Após realizar as devidas verificações sobre o imóvel, o próximo passo é garantir a idoneidade do vendedor. Isso inclui não apenas verificar se ele é o proprietário legítimo, mas também analisar seu histórico pessoal e financeiro. Por exemplo, em casos de imóveis vendidos por empresas, é importante checar se a construtora ou incorporadora tem boa reputação no mercado, e se já entregou outros empreendimentos dentro dos prazos acordados. A pesquisa pode ser realizada em sites de reclamações de consumidores e em órgãos como o Procon.

Além disso, é fundamental verificar se o vendedor ou empresa não está envolvida em processos judiciais, especialmente falências, recuperações judiciais ou processos trabalhistas que possam comprometer a venda. Um exemplo comum de fraude ocorre quando o vendedor está envolvido em um processo de falência, e tenta vender o imóvel para levantar recursos antes que ele seja bloqueado pela justiça. Em situações como essa, o comprador pode perder o imóvel mesmo após a transação ser concluída, se o bem for considerado parte da massa falida.

Outra prática que merece atenção é o chamado "contrato de gaveta", no qual a venda não é formalizada por meio de escritura pública e registro em cartório. Isso ocorre frequentemente em transações entre particulares, quando o vendedor quer evitar o pagamento de impostos sobre a venda. No entanto, esse tipo de acordo é extremamente arriscado, pois, juridicamente, o imóvel permanece no nome do vendedor, o que pode acarretar problemas legais, como penhoras ou outras ações que prejudiquem a posse do comprador.

A análise da idoneidade do vendedor também deve incluir a verificação de possíveis restrições de bens, como penhoras ou disputas judiciais em andamento. Mesmo que o imóvel pareça estar livre de ônus, se o vendedor tiver dívidas trabalhistas ou fiscais, o imóvel pode ser penhorado para saldar esses débitos, colocando em risco a posse do comprador. Assim, solicitar certidões negativas de débitos do vendedor, tanto pessoais quanto empresariais, é um passo essencial para garantir a segurança da transação.

Para vendedores que atuam como intermediários ou corretores, é igualmente importante verificar se possuem registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI). O registro garante que o corretor segue as normas estabelecidas pela categoria e que pode ser responsabilizado em casos de fraude ou negligência na transação. Muitos golpes imobiliários ocorrem justamente pela atuação de corretores ou intermediários não credenciados, que desaparecem após o recebimento de comissões irregulares.

 

Contratos de Compra e Venda: Cláusulas Essenciais

 

O contrato de compra e venda é o principal instrumento legal que formaliza a transação imobiliária. Por isso, deve ser redigido com extremo cuidado, detalhando todas as condições acordadas entre as partes. Uma das cláusulas mais importantes é a que trata da descrição do imóvel, incluindo suas características físicas, metragens e localização. Em muitos casos de fraudes, o comprador descobre que o imóvel descrito no contrato não condiz com o bem entregue. Um exemplo comum é o de unidades de condomínio que, após a compra, revelam ter áreas comuns menores do que as descritas originalmente.

Além disso, o contrato deve prever as condições de pagamento, prazos e penalidades em caso de descumprimento de qualquer uma das partes. Uma cláusula de multa em caso de atraso no pagamento é fundamental para garantir que o vendedor será devidamente ressarcido caso o comprador não honre com suas obrigações. Da mesma forma, se o vendedor não entregar o imóvel no prazo estipulado, o comprador tem direito a exigir uma indenização. Um exemplo disso ocorre em compras de imóveis na planta, em que a construtora não cumpre o cronograma de entrega.

Outra cláusula essencial diz respeito à posse e ao registro do imóvel. É necessário que o contrato estabeleça com clareza quando a posse será transferida e quem arcará com os custos de transferência no cartório, como as taxas de escritura e registro. Em transações fraudulentas, muitas vezes a posse não é transferida formalmente, e o comprador fica impossibilitado de exercer direitos sobre o imóvel, como a revenda ou mesmo a obtenção de financiamentos, já que não possui a escritura.

Os contratos também devem prever cláusulas sobre a rescisão do negócio. É comum que, em alguns casos, o comprador precise desistir da compra por motivos financeiros ou pessoais. Nesses casos, o contrato deve prever as condições de devolução do valor pago, bem como eventuais penalidades por quebra de contrato. Em um exemplo prático, se o comprador não conseguir o financiamento necessário, ele pode solicitar a rescisão do contrato, mas é importante que as condições para essa devolução sejam claras.

Por fim, uma prática importante ao redigir o contrato de compra e venda é incluir a previsão de arbitragem em caso de disputas. Em vez de recorrer diretamente ao Judiciário, as partes podem optar por resolver conflitos por meio de uma câmara de arbitragem, que costuma ser mais ágil e menos burocrática. No entanto, essa cláusula deve ser aceita por ambas as partes, e sua inclusão precisa ser analisada com cuidado, já que, uma vez acordada, a arbitragem é obrigatória e vincula as partes envolvidas.

 

A Importância da Due Diligence Imobiliária

 

Realizar a due diligence é um dos passos mais importantes para evitar fraudes na compra de imóveis. Esse processo consiste na análise detalhada de toda a documentação do imóvel e das partes envolvidas na transação, garantindo que não haja irregularidades que possam comprometer o negócio. Um exemplo clássico de due diligence envolve a análise das certidões negativas do imóvel, como certidões de quitação de tributos municipais, estaduais e federais. Sem essa verificação, o comprador pode acabar adquirindo um imóvel com dívidas fiscais.

Além disso, a due diligence permite verificar a regularidade da cadeia dominial do imóvel, ou seja, se as transferências de propriedade anteriores foram feitas de forma legal e sem fraudes. Em muitos casos de golpes, descobre-se que um imóvel foi vendido várias vezes de maneira fraudulenta, sem que as transações fossem devidamente registradas. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um imóvel é vendido para mais de uma pessoa ao mesmo tempo, ou quando um vendedor falsifica documentos para se passar por proprietário.

Outro aspecto relevante da due diligence é a análise do impacto ambiental da área onde o imóvel está localizado. Imóveis situados em áreas de risco, como regiões de alagamento ou áreas sujeitas a deslizamentos, podem ter sérios problemas de valorização e segurança. Um exemplo prático ocorre na compra de terrenos em áreas de expansão urbana, que, após análise ambiental, revelam ser áreas de preservação permanente, inviabilizando a construção.

A verificação dos contratos de financiamento é outro ponto crucial na due diligence. Muitos imóveis são vendidos com a promessa de que podem ser financiados, mas, na prática, não atendem aos requisitos mínimos exigidos pelos bancos. Isso pode ocorrer, por exemplo, em casos de imóveis que não possuem habite-se, um documento fundamental para a concessão de crédito imobiliário. Sem essa documentação, o comprador pode ter o financiamento negado, resultando na perda do imóvel e dos valores pagos até então.

Finalmente, a contratação de um advogado especializado em direito imobiliário é uma medida essencial durante o processo de due diligence. O profissional pode auxiliar na análise de todos os documentos e garantir que a transação seja segura do ponto de vista legal. Muitas pessoas acabam sendo vítimas de golpes por não contarem com a assessoria jurídica adequada, o que resulta em transações mal elaboradas e contratos com cláusulas prejudiciais ao comprador.

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Colunista

Luiz Carlos Da Silva Oliveira

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