Publicado em 26/02/2024
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                    Luiz Antonio Nogueira de França, engenheiro civil e atual presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), compartilha sua visão sobre o mercado imobiliário brasileiro, defendendo a adoção de um modelo de desburocratização e eficiência semelhante ao dos Estados Unidos. França enxerga um futuro em que transações imobiliárias possam ser realizadas integralmente online, permitindo que indivíduos de diferentes países conduzam negócios imobiliários com facilidade, utilizando smartphones para assinar documentos e transferir fundos de forma segura.
Antes de assumir a presidência da Abrainc, França acumulou uma vasta experiência como Diretor Executivo do Banco Itaú por 16 anos. Durante seu tempo no banco, ocupou o cargo de Diretor de Crédito Imobiliário de 2006 a 2015 e foi responsável pela implementação do Banco de Investimentos. Atualmente, ele também preside o conselho da Recuperadora Nacional de Crédito (Renac) e atua como conselheiro do Banco Inter e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Quando questionado sobre o impacto das recentes mudanças na Taxa Selic, França compartilha sua perspectiva otimista. Ele observa que, globalmente, há estudos que indicam o ponto de inflexão para o crescimento do mercado imobiliário em relação à taxa de juros. No Brasil, esse ponto-chave ocorre quando a taxa cai para abaixo de dois dígitos. Mesmo com possíveis aumentos na Taxa Selic no horizonte, França acredita que o financiamento imobiliário continuará a ser acessível, mantendo-se abaixo de dois dígitos, devido à composição dos juros da caderneta de poupança, que é uma fonte significativa de financiamento imobiliário no país.
França destaca também o crescimento dos lançamentos imobiliários e das vendas de imóveis, especialmente no segmento de médio e alto padrão, no primeiro trimestre de 2021. Ele prevê um aumento ainda maior desses segmentos, particularmente em São Paulo, ao longo deste ano e em 2022, impulsionado pela recuperação econômica e pela vacinação em massa.
Quanto à inadimplência no mercado imobiliário, França ressalta que a inadimplência em financiamentos para aquisição de imóveis difere daquela relacionada ao aluguel. Enquanto a inadimplência no aluguel pode levar a pedidos de despejo, a inadimplência em financiamentos resulta na perda do imóvel. No entanto, ele observa que a inadimplência no crédito imobiliário tem se mantido baixa e controlada, indicando a estabilidade do setor.
França encara com otimismo o futuro do mercado imobiliário brasileiro, mesmo diante de desafios como o aumento da inadimplência em contratos de aluguel. Ele acredita que a retomada econômica, a redução do desemprego e o aumento da renda impulsionarão ainda mais o setor nos próximos anos.
                                                                            
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